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Olhando boi no Vale do Silício


Entre muito conteúdo relevante de inovação e batalhas de startups, o TechCrunch Disruptive São Francisco teve até startup brasileira no palco


Na última semana de setembro aconteceu em São Francisco, no Vale do Silício, mais uma edição da TechCrunch Disruptive, evento de conteúdo e muitas competições entre Startups. Com mais de 100 atividades entre palestras e debates sobre o mundo da tecnologia, foram muitas batalhas de pitchs, e uma acirrada disputa em um hackathon, que reuniu dezenas de equipes de empreendedores na busca de reconhecimento e de uma relevante premiação.


Passar alguns dias no Vale do Silício é sempre revigorante, estimula nossa criatividade e entusiasma até aqueles que não estão ligados neste mundo novo da tecnologia. A profusão de eventos e encontros, aliado a algumas visitas em locais icônicos, faz destas estadas uma verdadeira imersão na cultura da inovação, da colaboração e do espírito empreendedor que existe em todos nós. E é neste ambiente que vem acontecendo desde 2011 o TechCrunch Disruptive.


Em um ambiente de feira, eram centenas de estandes de startups apresentando suas soluções e ferramentas para visitantes americanos e estrangeiros. Um público de interessados em tecnologia e muitos investidores, minerando ideias e projetos. E no palco uma verdadeira batalha entre vinte jovens empresas pré-selecionadas, e que tiveram seus times envolvidos nas 8 semanas anteriores, afiando seus pitchs e modelos de negócio. O evento já tem uma tradição desde 2007 e lançou várias Startups de sucesso. Ao longo destes anos passaram mais de 857 startups pela competição. Muitas dessas empresas perseveraram e já levantaram mais de U$8.8 bilhões em fundos, sendo que 109 foram vendidas ou lançaram ações. E são várias que ficaram famosas, menciono uma: Dropbox!


Uma banca de famosos na avaliação da batalha de Startups


A vendedora desta edição em São Francisco foi a Render, empresa local, que oferece soluções de nuvem para times desenvolvedores de aplicativos e websites. O objetivo da empresa é eliminar por completo a necessidade de manejar servidores ao oferecer a melhor experiência para desenvolvedores combinada com flexibilidade. Como todas concorrentes da batalha, já está operando e tinha levantado aproximadamente U$2.3 milhões. Chegar ao pódio desta competição exige esforço e dedicação, pois são várias etapas anteriores de disputas e validação do modelo de negócio. E o que dizer da banca nos dias finais, composta por investidores reconhecidos como Marisa Meyer, ex-CEO do Yahoo ou figuras do mundo das celebridades como os atores Ashton Kutcher e Will Smith, hoje badalados investidores. A premiação? Além de toda visibilidade um cheque de U$100 mil. Vale né?


E no meio de tudo isso encontrei dois brasileiros vendendo o conceito de pesagem inteligente de bovinos, a startup Olho do Dono estava lá no meio da feira. A dupla Pedro e Rafael fazendo barulho e criando curiosidade sobre como gerir melhor o rebanho com a automação do processo de pesagem. O sistema utiliza algoritmos que calculam o peso do animal a partir da filmagem, sem a necessidade de contenção para ficar de “olho no boi”. Confesso que deu orgulho de ver os brasileiros no palco principal, mas o jogo das batalhas era pesado, quem sabe em uma das próximas edições. O importante é estar lá!


Os brasileiros Pedro e Rafael apresentaram sua Olho do Dono em São Francisco


Em meio a tantos debates e batalhas fica claro que o mundo está mudando muito rápido e as tecnologias surgindo por todos os lados. Empreendedores errando, acertando e o mais importante, estando expostos ao escrutínio de suas ideias. Sejam investidores, desenvolvedores ou esta onda de consumidores ávidos por novidades, fica claro que o sucesso de uma startup passa pela validação de muitos. Eventos e competições como esta tem um papel fundamental no amadurecimento de nosso ambiente de inovação. Felizmente aqui também começam a proliferar e fortalecer nosso empreendedorismo e, talvez nos próximos anos, possamos levar nossas startups brasileiras ainda mais longe, quem sabe “contar os bois” também no Vale do Silício.

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