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OBS: este artigo foi publicado na última edição da Revista Advertising, que está circulando neste mês de maio de 2022, e que marca os 25 anos da publicação.
Como colaborador da revista Advertising há mais de 20 anos, sei o valor deste conteúdo acumulado, em mais de uma centena de edições. Conteúdo que ajudou a formar gerações de publicitários e profissionais do marketing. É natural que, neste mundo cada vez mais digital, onde tudo se faz pela internet: ler, ver filmes, estudar, pesquisar, comprar, vender, navegar nas redes sociais, etc, os veículos impressos tem a obrigação de se reinventar e se inserir na complementariedade de conteúdo, que é o nome do jogo, neste início de 2022.
Nesta última matéria, presto minha homenagem ao idealizador deste projeto, o sempre criativo, irrequieto e super empreendedor Julio Ribeiro e a esta equipe fantástica que atua no backstage desta revista, liderada pela minha amiga Nelci Guadagnin. Este esforço de manter, por tanto tempo, um veículo de destaque como a revista Press Advertising, em altíssimo nível, merece todo o nosso respeito.
E, como também sou um irrequieto publicitário e amo o que faço, está fazendo um ano e meio que lancei uma nova agência de branding & comunicação, a Neodigital, em plena pandemia, apostando na vertical agro como o segmento de trabalho e me apoiando na lógica das startups como modelo de crescimento e operação.
Claro que, como agências de publicidade são negócios tradicionais e com viabilidade comprovada, o termo “startup” não se aplica à Neodigital, mas gosto, também, de reimaginar este novo empreendimento e suas características como um modelo de negócios inovador, escalável e flexível, tal qual as startups.
E, falando neste tema, acredito que o modelo atual das agências já teve sua morte decretada muito antes da pandemia, com a digitalização de todos os processos e novos formatos de parcerias, atingindo não só as agências, mas todo o ecossistema de publicidade, envolvendo diretamente e, de maneira mais acentuada, as outras 2 partes deste tripé: os anunciantes e os veículos. Como só respondemos pelo nosso lado, também estou convicto que qualquer modelo novo de agência que não seja leve, flexível e tocado diretamente pelos seus sócios, como uma verdadeira consultoria de comunicação multidisciplinar, não terá como sobreviver e ser lucrativa.
Sobre o verdadeiro tsunami que a pandemia trouxe para a operação das agências, agora totalmente ou, na sua grande parte, tocadas remotamente, quero fazer algumas considerações, aqui:
Jobs no modo remoto: As agências de publicidade, como todo mercado profissional, passaram a adotar o trabalho remoto e tentaram manter a cultura organizacional forte durante os últimos 2 anos. Às voltas com plataformas de videoconferência, ferramentas virtuais de gerenciamento de jobs, troca de mensagens, ideias, briefings, mails, sistemas internos das agências, dezenas de grupos de trabalho no WhatsApp e tudo o mais, a vida dos publicitários está punk.
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Com a dinamicidade, a intensidade e a característica peculiar do processo e do fluxo criativo das agências, que funciona melhor, sem dúvida nenhuma, com toda a equipe compartilhando ideias e resolvendo briefing complexos num ambiente presencial, o sistema remoto de trabalho tem se tornado um desafio imenso para elas, mesmo com seus líderes declarando, seguidamente, que nada afetou seu desempenho. Mas, sim, efeitos colaterais tem sido relatados por todo o mercado. O número de publicitários apresentando Síndrome de Burnout ou esgotamento profissional também vem crescendo, a cada dia.
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Achei interessante a sinalização da ABAP sobre este assunto, alertando que a nova lógica de entregas digitais por parte das agências, com centenas de peças desdobradas para abastecer as redes sociais, tem gerado uma pressão inédita sobre as equipes criativas, cada vez mais enxutas, com demandas ininterruptas, durante o horário comercial e, na hora que deveria ser a do descanso, chegam as famigeradas notificações de grupos de WhatsApp e e-mail, que continuam pipocando, sem parar.
É certo que esta mudança radical do modo de trabalhar e as dificuldades do home office tem agido especialmente sobre o estado emocional dos trabalhadores.
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Segundo pesquisa do Instituto de Psiquiatria da USP, trabalhar em casa aumentou a jornada em até 65%, e foram as mulheres que sofreram sobrecarga do home office. A pesquisa da USP mostrou que as mulheres responderam por 41% de sintomas de depressão, 35% de ansiedade e 37% de estresse.
Por outro lado, considerando os resultados e a performance deste novo modo de operar, uma recente pesquisa, promovida pelo Sistema Sinapro/Fenapro, que considerou 293 agências do país, demonstrou que estas se recuperaram muito bem do impacto negativo inicial, causado pela pandemia. Quase metade delas conseguiram elevar ou manter o faturamento. E a perspectiva de crescimento também é positiva para 64% delas. Mas será que esta conta fechará?
Humor na pandemia: Meu parceiro de sempre nas minhas colunas na Advertising, o criativo Cado Bottega, lançou, bem no início da pandemia, um belo projeto, o Cartunavírus, uma coletânea de cartuns, charges, tiras e caricaturas que visava tratar a chegada da Covid-19 e os tempos de pandemia com um pouco de humor. Cado já nos brindou com mais de 2.000 obras publicadas nas redes sociais do projeto. Destas, selecionei estas 4 que ilustram a matéria - fora de série - para revermos aqui.
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