A DuAgro, agtech brasileira do setor de crédito, oferece um modelo de financiamento que não exige garantias por parte do produtor. O primeiro programa foi lançado recentemente com valor de R$ 100 milhões e deve impactar, incialmente, a cerca de 500 agricultores em todo o país.
A “agfintech” fechou parceria com a Adama, indústria de defensivos agrícolas controlada pela holding Syngenta Group, para atender pequenos e médios produtores das culturas de soja, milho, algodão e café.
O limite e a taxa de juros de cada produtor serão definidos conforme sua nota de crédito e relacionamento com a cadeia. Não haverá exigência de garantia e a concessão do crédito é totalmente automatizada, no momento exato da compra.
Isso é possível pois, além das plataformas digitais, os tomadores do financiamento já são “indicados” pela revendedora. De acordo com Fernanda Mello, CEO da DuAgro, a receptividade da linha pela indústria química tem sido muito favorável.
“O nosso modelo surpreende e agrada porque é realmente disruptivo, as indústrias entendem que ele pode transformar toda a estrutura do financiamento agrícola brasileiro, hoje muito dependente do crédito rural do Estado e da cadeia de insumos”, analisa.
Para ela, as restrições fiscais do Governo Federal, burocracias documentais e a escassez de crédito gerada pela pandemia reforçam a necessidade de diversificação das fontes de recursos.
“Estamos falando do setor que é responsável por cerca de um quarto do PIB brasileiro e que não parou, porque não pode, mesmo em meio a uma crise generalizada. A demanda de funding é gigantesca, com tendência de crescimento ininterrupto pelas próximas décadas”, acrescenta.
O agronegócio brasileiro é altamente tecnológico e conta com diversas vantagens competitivas, mas precisa modernizar suas estratégias de financiamento.
Luiz Ruzza, CFO da Adama, lembra que a empresa já fez programas de securitização no passado como forma oferecer alternativas de financiamento a seus clientes.
“O que a DuAgro está oferecendo agora vai muito em linha com o que a cadeia de distribuição e o produtor precisam, que é um financiamento inovador e simples. Muitas vezes o crescimento se vê bloqueado por conta de uma necessidade de suporte aos parceiros de distribuição”, comenta.
Na avaliação de Ruzza, os próximos programas deverão estar muito além do montante inicial, de R$ 100 milhões, e podem alcançar a casa dos bilhões de reais.
“Anualmente, nós precisamos de algo em torno de R$ 2 bilhões para financiar a safra e a safrinha, então a ideia dos próximos programas é aumentar muito o volume, queremos alavancar o negócio para todos da cadeia, em especial para o produtor, sempre de forma sustentável”, aponta.
Entenda
Em parceria com a DuAgro, que é uma iniciativa da securitizadora Verta e da XP Inc, a indústria de insumos possibilita o financiamento, por meio de instrumentos financeiros para clientes, revendas e cooperativas.
Eles apontam quais agricultores estão aptos à compra financiada e produtor indicado passa a ter os recursos no momento exato do pedido, sem precisar comprovar garantias.
Todo o processo acontece em ambiente digital, em poucos minutos. O produtor acessa a plataforma, confirma os dados cadastrais, faz o upload dos documentos pessoais e atualiza seu perfil. Caso queira seguir com a compra financiada, basta assinar eletronicamente a CPR financeira. (com informações da assessoria de imprensa)
Fonte: AG|Evolution / Canal Rural
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