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A Revolução Digital e as Oportunidades no Agro

Atualizado: 27 de fev. de 2020


Empresas e profissionais de fora do setor precisam ser atraídos e engajados ao grande projeto de produzir alimentos

Os ganhos de qualidade de vida alcançados no último século, especialmente na última década, são fantásticos pela perspectiva da evolução da raça humana. Este avanço é inconteste em qualquer índice: mortalidade infantil, doenças, desnutrição, desastres aéreos ou de automóveis, enfim, morremos muito menos e vivemos muito melhor do que nossos antepassados.


Estamos nos encaminhando para um momento na história onde a abundância de recursos nos faz deixar para trás preocupações básicas de nossos antepassados. E a mais relevante, a produção de alimentos. Uma evolução e tanto para quem viveu por séculos enfrentando o risco da fome. Conseguimos isso incrementando e melhorando áreas de terras, mas principalmente pela utilização de novos insumos, equipamentos, manejos e biotecnologia. Um feito maravilhoso, comumente conhecido como a revolução verde.


Apesar destas conquistas, o desafio pela frente é gigante. Segundo a FAO, teremos de ampliar nossa produção global de alimentos em 70% até 2050, e pelo menos 40% teria de acontecer em terras brasileiras. Um aumento significativo para as próximas 30 safras. Algo sem precedentes na nossa história e que demandará muita inovação e esforço de nossos agropecuaristas, cientistas e governos. Especialmente complexo quando levamos em conta as novas demandas do consumidor, que incorporou a sustentabilidade ambiental e o bem-estar animal como atributos relevantes nas suas decisões de compra de alimentos.


Felizmente a tecnologia vem acelerando a velocidade da evolução. O aumento exponencial do poder de processamento das máquinas, a redução do tamanho e custo de sensores, e a criatividade estão trazendo novas alternativas de operar de forma digital. Dados passam a ser o coração e a inteligência do negócio, transformando uma grande quantidade de dados brutos em informação útil que pode basear decisões estratégicas importantes. No caso do Agro, contribuindo para a eficiência produtiva no campo até a distribuição dos alimentos.


O futuro que já começamos a construir promete ser muito promissor. Mas não podemos deixar de considerar as limitações que um país como o nosso nos impõe. No passado recente vimos superando a infraestrutura arcaica de estradas, a falta de ferramentas, insumos e mão de obra qualificada, enfim, as restrições da vida analógica de uma sociedade em desenvolvimento. Quando vislumbramos este novo mundo digital, as limitações serão de outra natureza e dimensão.


Ao invés de estradas para transportar insumos e produtos, hoje a demanda é por conexão no campo. Equipamentos avançados estão nas lavouras, mas não conseguimos tirar proveito das fantásticas bases de dados coletadas. Agrônomos, veterinários e zootecnistas atuam nas diferentes cadeias, mas precisamos agora de profissionais de informática, cientistas de dados e programadores, novas capacitações para usufruirmos deste fantástico mundo digital.


Depois da revolução verde, que esteve embasada no uso de insumos, fertilizantes e defensivos, o Agro brasileiro tem a oportunidade de entrar nesta nova revolução digital. As tecnologias disruptivas já começam a impactar os processos produtivos em diversas cadeias do setor, mas a velocidade deste movimento e o alcance das metas da FAO ainda são uma incógnita. Assim como aconteceu no passado, muitas oportunidades estão na mesa para empresas e profissionais de fora do setor. Portanto, a atração e engajamento destes atores é fundamental para seguirmos evoluindo, e garantirmos alimento e paz a uma população mundial em crescimento.

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