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Embrapa seleciona 20 startups do agronegócio para programa de inovação

Dos 250 projetos inscritos em todo o País, 11 foram selecionados em parceria com empresas privadas; outras 9 agtechs venceram desafios propostos pelos centros de pesquisa



Pedro Mannato da startup Olho do Dono


Fonte:

José Maria Tomazela, O Estado de S.Paulo

06 de março de 2020 | 09h00


SOROCABA - Vinte startups selecionadas pelo programa Pontes para a Inovação, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e parceiros privados, foram apresentadas ao mercado nesta quinta-feira, 5, em evento realizado em Piracicaba (SP).

As escolhidas se destacaram entre 250 projetos inscritos em todo o País. Nove delas venceram desafios de inovação propostos pelos centros de pesquisa das unidades da Embrapa nas cinco regiões brasileiras. As outras 11 participaram da chamada aberta e foram selecionadas pela Embrapa e parceiros entre 60 projetos apresentados.

Conforme Cleber Oliveira Soares, diretor-executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, a plataforma foi desenvolvida em conjunto com 18 outros atores-chave do agronegócio com o objetivo de trazer empresas que usam o conhecimento e a tecnologia para gerar novos negócios.


“Grandes empresas de hoje foram startups há 30 anos. Elas beberam em fontes de pesquisas geradas por centros como os da Embrapa. Tem startups em estágios diferenciados, mas todas têm potencial para alavancar negócios e capturar valor. Quer desenvolver algo com a Embrapa, nos procure que a gente ajuda a encontrar o modelo”, disse, dirigindo-se aos jovens empresários que lotavam o local.


As 11 empresas reveladas nesta quinta-feira são: Agrobee, de Ribeirão Preto (apicultura e polinização); DigiFarmz, de Porto Alegre (manejo de doenças); Busca Terra, de Campinas (mercado imobiliário rural); Bioin Food, de Campinas, (leveduras e fermentos); Dominus Soli, de São João da Boa Vista (pulverização aérea); YLive Biotecnologia, de São Paulo (soluções biotecnológicas acessíveis); BirdView, de Botucatu (implementos para insumos biológicos); Agritel, de Londrina (desempenho de máquinas); Amipa, de Uberlândia (cotonicultura); Da Natu, de São Paulo (bebidas saudáveis) e Agryo, de Brasília (soluções financeiras).


Elas se juntam às empresas vencedoras dos desafios de inovação da Embrapa: Agro Finanças (Ideas for Farm); Eirene Solutions (Startup Open Innovations); Farmly (Avança Café); Izagro (TechStart); Kemia (InovaPork); Neoprospecta (Gado de Corte 4.0); Olho do Dono (Pitch Deck Agtech); ScanFito (Avança Café) e Volutech (Ideas for Milk).


No salão que sediou o evento, foram apresentados projetos de inovação para vários segmentos do agronegócio brasileiro, como o da ASA, do Piauí. A startup desenvolveu um sistema de gestão que permite ao pequeno produtor rural monitorar a produção agrícola e pecuária pelo celular.

A empresa detectou que 66% dos 2 milhões de agricultores do Nordeste não usam nenhuma ferramenta de gestão, mas 95% utilizam o aparelho. “Com o sistema, ele consegue planejar os plantios, calcular custos e receita e ainda acessar os órgãos de assistência e empresas. É a extensão rural de forma digital”, disse o agrônomo José Bonifácio.


A Eirene criou um sistema de sensores que, instalado na barra de pulverização, enxerga onde está a planta e aplica o defensivo somente nela, gerando economia de até 90% no defensivo e redução do impacto ambiental. A Kemia, de Chapecó (SC), desenvolveu um modelo compacto de estação de tratamento dos dejetos da suinocultura que permite o reúso da água e resolve um dos gargalos da produção intensiva de suínos.


Muitas das novas startups buscam parceiros para investir no negócio e o programa também tem esse objetivo. É o caso da Volutech, de Viçosa (MG), que desenvolveu um software capaz de ‘aposentar’ as tradicionais réguas de medição de leite dos laticínios. “Temos o produto patenteado, com a eficiência comprovada e de baixo custo, mas precisamos de alguém que invista na linha de produção”, disse o sócio Diogo Lourenço.


André Fukugauti, gerente de projetos de inovação da Bayer, uma das parceiras do programa, disse que a chegada das startups ‘oxigenam’ o agronegócio brasileiro. “A nova geração encara a pesquisa focada na agricultura sustentável para a qual a sociedade atribui um valor diferenciado.”


Para Ronaldo George, da Syngenta, as startups e empresas já consolidadas estão tendo a oportunidade de se aproximar para a troca de informações, o que acaba motivando negócios. A própria Syngenta, lembra, adquiriu quatro startups recentemente. “Temos uma revolução acontecendo no agro e estar próximos delas é uma forma de conseguir liderar essa revolução e não ser atropelados por ela.”

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